DANÇA
As risadas ecoam formando sons estranhos pelas árvores, mas continuamos ali, girando e girando. De mãos dadas, dançamos sob a luz da lua, rindo, cantando canções que não entendo.
Os sons me compeliam a continuar, mesmo quando a exaustão ameaça consumir-me.
Toda vez que tento escapar daquele círculo, mãos geladas e pálidas me puxam de volta, e continuamos a dançar, eternamente. Cabelos azuis, rosa, vermelhos e laranja se misturam com as cores dos vestidos, formando borrões fantasmagóricos em minha visão cada vez mais turva.
Tonta e exausta, continuo dançando com eles, hipnotizada por uma melodia infernal. Nessa dança interminável, uns desaparecem nas sombras, apenas para que outros tomem seus lugares e mesmo exausta, meu corpo continua dançando enquanto um sorriso se forma em meu rosto.
A dor lancinante em meus pés sangrentos traz breves momentos de lucidez, momentos em que grito desesperada por ajuda. Mas elas apenas me encaram sorrindo enquanto continuamos naquela dança infinita.
Seus olhares me cativam, seus sorrisos prometem o mundo.
E eu volto a dançar, deixando uma trilha de sangue viscoso sob meus pés destroçados, mas estranhamente feliz, perdida na loucura, dividindo essa noite de terror com elas.
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